terça-feira, 16 de julho de 2019

O QUE IMPORTA?

Quando comecei o tratamento, muitas pessoas ficaram preocupadas com qual seria a minha reação ao perder os cabelos e pelos do corpo. Confesso que na hora já pensei, perder os pelos do corpo não deve ser tão ruim assim... Quem é mulher sabe muito bem do que estou falando.

Confesso que quando meus cabelos começaram a cair eu fiquei bastante incomodada, caíam tufos é mais tufos pela casa... O tempo todo! Cheguei a varrer a casa dez vezes em um só dia. Eu acordava "afogada" em cabelos, todos os dias.

Até que um dia resolvi tirar o que ainda faltava cair, o que era muito. Quem me conhece sabe que sempre tive muuuuuuito cabelo. Hoje, cinco meses e muitas quimios depois, meus cabelos começaram a crescer. A maior parte sem pigmento. Pra falar a verdade, nem isso tem me incomodado! As sobrancelhas e cílios continuam caindo e os pelos do corpo ainda não começaram a voltar (o que é bom, visto que a depilação não é recomendada).



Hoje o que mais me incomoda é o cansaço. Muito cansaço. Cada dia mais. E então eu me vi numa situação muito estranha... As pessoas não conseguem entender muito bem essa situação, afinal eu vinha muito bem até agora. Com um ritmo de trabalho bom, cozinhando, lavando, arrumando... Quase que normalmente.

Agora eu já não consigo mais ter o mesmo vigor para fazer tudo isso. Passo muito tempo deitada com dores nas pernas e pés. Tenho calor e tenho muito frio. Vejo as pessoas com roupas leves, enquanto eu estou muitas vezes até de cachecol. Não tenho febre, estou sempre medindo. A pressão está sempre normal, dentro do meu normal (11/6).

Tenho notado que a maior parte das vezes em que eu expresso como realmente estou me sentindo, as pessoas também dizem estar muito cansada e com dores. É a correria do dia a dia ou meu cansaço é contagioso? Vai saber...

Talvez o longo tempo de tratamento tenha feito com que as pessoas se esquecessem da minha atual (mas não eterna) condição. Algumas vezes me pedem coisas que pra mimm, atualmente, são muito difíceis e penosas e eu consigo ver a decepção nos olhares. Como se eu estivesse de má vontade...

Isso estava me deixando muito chateada, realmente o cansaço tem me tirado muito do meu eixo. Então eu percebi que agora é a minha hora, o meu momento... Não é o momento de agradar, de fazer sala... É o meu momento de descanso e de me concentrar em ficar bem, em voltar a ter saúde. É isso que importa agora.

Logo a velha Alessandra volta, mais forte e com ainda mais amor pelos vida! Aguardem!

No mais, queridos amigos e familiares, não se chateiem se eu não atender uma ligação ou se demorar a responder uma mensagem. Estou cuidando de mim. Estou descansando. É o que mais importa nesse momento.

Deus é bom o tempo todo. A vitória vem aí.

RUMO À CIRURGIA

Bom, seguindo meus planos anteriores, fui para o SUS. A minha primeira consulta com a mastologista saiu muito rápida. Em poucos dias eu já estava diante da Dra. Keyla do Hospital Mario Penna.

Uma profissional simpática e atenciosa que trabalha junto com o Dr. Wagner. Olhou os exames, conversou bastante e está totalmente alinhada com o plano de tratamento que já vinha sendo feito.

Eu já saí de lá com todos os exames pre cirúrgicos marcados, tudo dentro de 2 semanas. Também já tenho a possível data da cirurgia, dia 8 de agosto, se tudo der certo.

Ah, graças a Deus o exame genético deu negativo! Esse exame genético detecta se há possibilidade de ter câncer na outra mama ou no útero e ovários.

Faremos a mastectomia da mama esquerda, com a retirada do mamilo e de um pouco de pele. Já vamos colocar a prótese durante a cirurgia.

A Dra. Keyla me passou bastante segurança e me deixou bem tranquila com relação à cirurgia. Eu digo que Deus é bom o tempo todo e é verdade, até o momento eu só estive com profissionais maravilhosos. Super humanos, compreensivos e comprometidos em trazer uma sobrevida de qualidade.

Quando eu tiver mais informações sobre a cirurgia eu venho contar para vocês.

Deus é bom o tempo todo. Rumo à vitória!