quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A OTOTOXICIDADE

Como já contei aqui, comecei o novo esquema de quimio: cisplatina + gencitabina. Funciona da seguinte maneira: 

* Uma quimio longa: cisplatina + gencitabina
* Uma quimio curta: gencitabina (uma semana após a quimio longa)
* 15 dias de folga :D

Apenas dois dias após o primeiro ciclo com aplicação da cisplatina, comecei a ter um forte e agudo zumbido no ouvido esquerdo. Várias vezes durante o dia e sempre que me deitava.

Na sala de espera do médico, na primeira consulta pós quimio, em conversa com minha mãe, ela pensou que pudesse ser labirintite. Já no consultório a médica fez várias perguntas e uma delas foi se eu sentia zumbidos. Pronto! Era efeito colateral da cisplatina. Ela decidiu suspender imediatamente o uso dessa medicação e me encaminhou para o otorrino.

Mas afinal, por que?

A cisplatina pode apresentar ototoxicidade! Perguntamos ao sr. Google: Ototoxicidade é a propriedade tóxica que algumas substâncias apresentam para o ouvido (oto-), especificamente para a cóclea ou nervo auditivo, e, às vezes, para o sistema vestibular, como, por exemplo, o efeito colateral de um medicamento. Os efeitos da ototoxicidade podem ser reversíveis e temporários, ou permanentes e irreversíveis.



Na administração de cisplatina a ototoxicidade foi observada em até 31% dos pacientes tratados com uma dose única e é manifestada por zumbido e/ou perda auditiva na faixa de alta frequência (4.000 a 8.000 Hz). Às vezes pode ocorrer uma diminuição na capacidade auditiva para tons de uma conversação normal.

Bom, o otorrino solicitou todos os exames possíveis e está tudo bem. Não houve alteração da audição! 

O zumbido? O zumbido continua, não tão frequente... pelo menos uma vez ao dia. A novidade é que agora o ouvido direito também apresenta zumbido.

Mas o que importa mesmo é que Deus é bom o tempo todo.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A METÁSTASE

Olás! Muito tempo sem escrever aqui, andei meio preguiçosa nos últimos tempos. Confesso que estava com saudades!

Hoje eu vou falar sobre as metástases e sobre o que tudo isso significa. Nos últimos exames descobrimos metástases no osso esterno e nos linfonodos do mediastino. Para quem não sabe, o osso esterno é aquele que fica no meio do peito e o mediastino é a área entre os pulmões. Mas afinal, o que isso quer dizer? Quer dizer que o câncer de mama se tornou metastático.

O câncer de mama metastático é um tumor maligno localizado em outras partes do corpo (normalmente nos ossos, pulmões, fígado e cérebro, nesta ordem) que apareceu inicialmente nos tecidos mamários, mas se espalhou.

Mas e aí?

Embora o câncer de mama metastático não tenha cura, pode ser tratado. O tratamento com quimioterapia pode controlar o crescimento do tumor e aumentar a sobrevida. 

Vamos pensar assim: é como se fosse diabetes ou pressão alta... tem que fazer o tratamento direitinho pelo resto da vida. Seja quanto tempo for.

Comecei o novo tratamento com a combinação de duas quimioterapias no fim de novembro: a cisplatina e a gencitabina. Já mudou o medicamento, mas essa explicação fica pra próxima vez.

O fato é que vou fazendo essa quimioterapia enquanto ela estiver funcionando bem. Vamos acompanhando com exames e trocaremos a medicação de tempos em tempos conforme a necessidade.


Quem estiver interessado: O Dr Drauzio Varella tem uma série chamada "POR MAIS TEMPO", que fala sobre o câncer de mama metastático. 

No mais, Deus é bom o tempo todo.